sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Muitos efeitos das alterações climáticas são irreversíveis

Muitos efeitos nocivos das alterações climáticas são já basicamente irreversíveis e mesmo que as emissões de dióxido de carbono sejam travadas, as temperaturas globais continuarão elevadas até pelo menos ao ano 3000.

A advertência é feita por uma equipa internacional de investigadores num estudo publicado na edição desta terça-feira da revista norte-americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences).


«As pessoas imaginavam que se deixássemos de emitir dióxido de carbono (CO2), o clima voltaria à normalidade em 100 ou 200 anos. Isso não é verdade», afirma a principal autora do estudo, Susan Solomon, da Administração Nacional para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos.


A investigadora define como «irreversível» uma alteração que permaneceria mil anos mesmo se os humanos deixassem imediatamente de lançar carbono para a atmosfera.

O estudo é publicado depois de o presidente Barack Obama anunciar medidas para melhorar a eficiência dos combustíveis e a qualidade do ar, com a justificação de que o futuro da Terra depende da diminuição da poluição do ar.


Na perspectiva de Susan Solomon, «as alterações climáticas são lentas, mas imparáveis», um argumento mais a favor de uma acção rápida, para que a situação a longo prazo não piore.

A investigadora, pertencente ao Painel Internacional para as Alterações Climáticas da ONU, assinala no estudo que as temperaturas subiram em todo o planeta e que se observam alterações nos padrões de precipitação em áreas em torno do Mediterrâneo, da África Austral e do sudoeste da América do Norte.


O aquecimento climático está também na origem da expansão dos oceanos, que deverá aumentar com o degelo na Gronelândia e na Antártida, segundo os investigadores.


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